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quinta-feira, 17 de março de 2011

Urano em Áries, Saturno em Libra e a crise da individualidade

Urano entrou em Áries na ultima sexta-feira. Como "boas vindas", tivemos o episódio do terremoto e do tsunami no Japão. Para evitar fazer algo que critico e não praticar a Astrologia como "a incrível arte de prever o passado", como um ex-professor diria, aviso de antemão que não olhei o mapa do Japão, não sei em que casa do seu mapa está o signo de Áries, e não pretendo fazê-lo. Mas me parece importante destacar que Urano é um planeta lento, que leva cerca de sete anos para atravessar um signo, e não acho que a catástrofe do Japão foi mera coincidência. Não vou entrar no mérito "cármico" da coisa, tampouco me perguntarei o que fizeram ou não fizeram os japoneses para “merecer” tal tragédia. Mas, falemos de impacto: Urano é um planeta de impacto. Áries marca presença por onde passa. Urano entrando em Áries marcou sua presença em algum ponto do globo, e todos notaram. Não havia maneira de passar despercebido. Em outras palavras, a mudança de signo deste planeta lento (como também teria sido com Netuno ou Plutão) é marcante na vida de cada um de nós, e foi visto no concreto através do episódio no Japão.
Deixemos o macro para falar do micro: Urano é um planeta da mudança, cortes abruptos, do novo, que deixa para trás o que não quer mais sem culpa. Áries é um signo que fala de individualidade, antes de qualquer outra coisa. Penso no fato de que Urano entra em Áries quando Saturno passa por Libra e me pergunto como vão se acomodar o individual e o relacional na vida de cada um de nós. Áries se opõe Libra na roda do zodíaco, vem antes, porque antes de sermos dois é necessário sermos um, e Urano é independente. Pensar sobre a independência de Urano em Áries me faz pensar também em uma tendência ao egoísmo: "Eu estou indo, se você quiser, me segue" é uma frase típica de Áries. Urano nem sequer chegaria a dizer que está indo, porque ele nem sempre quer ser acompanhado. Você vai vê-lo indo embora, e se você quiser, o segue. Senão, tudo bem também.
Desde outubro de 2010 Saturno tem pedindo uma revisão das relações, um maior compromisso com os vínculos, mais responsabilidade. Urano responde apenas por si mesmo e Áries não inclui o outro em sua percepção do mundo. Atrevo-me a dizer que Urano em Áries vs Saturno em Libra pode trazer algumas separações. Alguém vai querer se comprometer e fazer concessões quando o sentido do ego está tão aumentado e poderoso?
Urano, regente de Aquário, signo de ar, pode ser um planeta de ação fria, dura, cruel. Em Áries, adicionamos um toque de paixão e idealismo (já presente em Aquário) aos seus empreendimentos. E aqui temos que tomar cuidado, pois nem sempre uma determinação apaixonada é uma boa combinação.
Mas vamos ao lado bom de tudo isso: Áries e Urano falam do novo, o que indica uma tendência a que a área de nossas vidas representada por Áries em nosso mapa será tocada por acontecimentos inesperados. Mas também pode ser que tenhamos vontade de algo novo, fiquemos ansiosos por sua chegada, que nos entediemos se ele não chega, que fiquemos inquietos por ter certeza de que a vida pode ser mais divertida do que aquilo. E nada disso é ruim, desde que nos cuidamos com os extremos. Pensemos que Urano governa um signo fixo, Aquário, de elemento ar, o que significa que ele pode ser bastante teimoso a respeito do que decide fazer, com suas idéias, crenças, planos e projetos.
Com Urano em Áries o nosso conceito de individualidade estará inconstante e em constante transformação. A nossa forma de lutar por aquilo que queremos também será transformada, já que Áries rege Marte, planeta da guerra. Poderemos ter flashes intuitivos, porque tanto Áries como Urano falam de intuição e insight. E há uma tendência a rejeitar muito rapidamente aquilo que vai contra o que queremos. Nem Urano nem Aries costumam impor o que querem aos outros, mas também não os considera em suas decisões. É cada um na sua, e os outros que se cuidem sozinhos.
Saturno em Libra questiona a estrutura das relações: pede compromisso para as relações muito livres, exige revisão de compromisso para aquelas de muitos anos, pede seriedade nos vínculos e no trato com os outros. Urano é livre e liberta tudo que toca. Por isso, nos próximos sete anos, há uma tendência de querer se livrar de tudo que sentimos que restringe nossa liberdade. Outra vez: os vínculos e os relacionamentos podem ser percebidos como um fardo. Júpiter em Áries até junho de 2011 reforça a prevalência do sentido de si mesmo sobre o sentido do outro. Mas Júpiter comtinuará transitando através dos signos e chegará até Escorpião durante a passagem de Urano em Áries, pedindo e trazendo crescimento, expansão para diferentes áreas / questões em nossas vidas, enquanto Urano continuará em Áries bagunçando tudo o que se relaciona com o nosso sentido de identidade, de self, de individualidade, de espaço. Portanto, vivamos o presente, porém, com olho no futuro.
Muito em breve, Netuno entrará em Peixes, e há uma grande expectativa sobre o espiritual, sobre manifestações religiosas, já que a última vez que Netuno passou por Peixes surgiu o espiritismo Allan Kardec, em voga até os dias atuais. Urano em Áries pode trabalhar em conjunto com Netuno em Peixes em relação à ativação, revisões, rupturas e mudanças na espiritualidade e nas questões religiosas. Pode trazer alguma crença nova, converter ateus, promover o surgimento de novas doutrinas, a queda de outros, mas certamente nos tornará mais apaixonados por nossas escolhas, que definitivamente serão muito pessoais, independente da maioria.
Algumas manifestações do planeta serão impossíveis de evitar. Mas podemos sempre amenizá-las se encararmos o período com precaução no que respeita às questões levantadas por Aries. Na Astrologia, dizemos que a saída para Saturno é Urano, o planeta que vem depois, a libertação das estruturas rígidas de Saturno. Mas para que possamos nos libertar, devemos ser capazes, em primeiro lugar, de ter uma estrutura, porque não há verdadeira liberdade sem compromisso. Como Paulo Coelho disse uma vez (um autor que não é o meu favorito), "ser livre não é não se comprometer com nada, mas escolher com que queremos nos comprometer e ser fiel a isso". 
Assim, proponho que olhemos para Saturno em nosso mapa para lidar melhor com Urano. Demos tempo (Saturno) às mudanças. Não embarquemos na primeira, esperemos que se estabilize, que esteja instalada, que as coisas se assentem. Provavelmente estamos adiando muitas coisas a muito tempo e agora queremos que as coisas se resolvam JA. Mas...se esperamos tanto tempo, não podemos esperar mais um pouquinho? Melhor rever bem o que fazemos. Projetemos no futuro as conseqüências de nossas decisões de hoje. Não esqueçamos nunca do nosso compromisso com o outro (Saturno em Libra). Não há felicidade possível quando nossa felicidade é as custas da dor dos outros. 
Urano traz nosso olhar em nossa direção ao passar por Áries. Não percamos de vista de Saturno em Libra, os outros e os relacionamentos, os compromissos, porque Saturno sempre cobra fatura. E eu acho que podemos mudar sem necessariamente nos endividarmos muito, ou receber faturas muito altas...

Urano en Aries, Saturno en Libra y la crisis de la individualidad

Urano entró en Aries el viernes pasado. Como “bienvenida”, tuvimos el episodio del terremoto y del tsunami en Japón. Para no incurrir en algo que yo misma critico y no practicar la Astrología como “el increíble arte de prever el pasado”, como diría un antiguo profesor, aviso de antemano que no mire la carta de Japón, no se en que casa de la carta del país está Aries, y no pienso hacerlo. Pero si me parece importante remarcar que Urano es un planeta lento, que tarda aproximadamente 7 años para atravesar un signo, y me parece que la catástrofe de Japón no se dió por coincidencia. No entraré en el mérito “cármico” de la cosa, tampoco me preguntare que hicieron los japoneses, o no lo hicieron, para merecerse semejante tragedia. Pero, hablemos de impacto. Urano es un planeta de impacto. Aries marca presencia por donde pasa. Urano entrando en Aries marcó presencia en algún punto del globo, y todos se enteraron. No había forma de que a alguien le pasara desapercibido. En otras palabras, el cambio de signo de este planeta lento (como también lo hubiese sido con Neptuno y Plutón) es impactante en la vida de cada uno de nosotros, y la forma como eso se vió en el concreto fue en Japón.
Saliendo de lo macro y yéndonos a lo micro, Urano es un planeta de cambios, cortes abruptos, de lo nuevo, de dejar atrás sin culpa. Aries es un signo que habla, antes de cualquier cosa, de individualidad. Pienso en el hecho de que Urano entra en Aries cuando Saturno atraviesa Libra y me pregunto como se acomodarán ambas cosas, lo individual y lo relacional, en la vida de cada uno de nosotros. Aries se opone a Libra en la rueda zodiacal, viene antes, porque antes de ser dos es necesario ser uno, y Urano es muy independiente. Pensar en la independencia de Urano en el signo de Aries me hace pensar también en una tendencia al egoísmo. “Yo me estoy yendo, si querés, seguíme”, es una frase típica de Aries. Urano ni siquiera llegaría a decir que se está yendo, al final, Urano no siempre tiene ganas de que le acompañen. Lo ves yéndose, y si querés, lo seguís. Sino, todo bien también.
Desde octubre de 2010 Saturno está pidiendo una revisión de las relaciones, un mayor compromiso con los vínculos, nos pide responsabilidad. Urano solo responde por sí mismo, y Aries ni siquiera incluye al otro en su percepción de mundo. Me arriesgo a decir que Urano en Aries X Saturno en Libra puede traer algunos cortes en las relaciones. ¿Nos queramos comprometer y hacer concesiones cuando el sentido del yo está tan aumentado y poderoso?
Urano, regente de Acuario, signo de aire, puede ser un planeta de acción fría, dura, cruel. En Aries, se le agrega un toque de pasión e idealismo a aquello que emprenda. Y acá nos tenemos que cuidar, porque no siempre una determinación apasionada es una buena combinación.
Pero vayamos a lo bueno: Aries y Urano hablan de lo nuevo, lo que significa que la tendencia es que esta área de la carta en donde tenemos Aries, nuestras vidas sean tocadas por inesperadas novedades. Pero también nos puede tocar las ganas y ansias por lo nuevo, el aburrimiento si ese nuevo no llega, la inquietud, la certeza de que la vida puede ser más divertida en aquel sentido. Y nada de eso está mal. Pero con Urano hay que cuidar los extremos. Pensemos que Urano rige un signo fijo, Acuario, y de aire, lo que significa que puede ser bastante testarudo con aquello que decide hacer, con sus ideas, opiniones, planes y proyectos.
Con Urano en Aries, nuestro concepto de individualidad estará inconstante y se va a ir transformando. La manera como luchamos por aquello que queremos también será revista, ya que Aries rige Marte, planeta de guerra. Podemos tener flashes intuitivos, ya que tanto Urano como Aries hablan de intuición e insight. Y hay una tendencia a descartar muy deprisa aquello que va en contra a lo que queremos, sentimos, creemos. Ni Urano ni Aries suelen imponerse sobre los demás, pero tampoco los considera. Es cada uno en la suya, y los demás que se arreglen solos.
Saturno en Libra está poniendo en juego la estructura de las relaciones: pide compromiso para las relaciones demasiado libres, pide revisión de compromiso para las que ya llevan muchos años, pide seriedad en los vínculos y en el trato con el otro. Urano es libre y libera aquello que toca, así, en los próximos 7 años, hay una tendencia a que nos queramos librar de todo aquello que sintamos como restrictivos de nuestra libertad. De vuelta: los vínculos y relaciones pueden ser vividos como una carga. Jupiter en Aries hasta junio de 2011 refuerza el sentido del yo por en cima del sentido del otro. Pero Jupiter va a recorrer hasta Escorpio, pidiendo y trayendo expansión para diferentes áreas / temas en nuestras vidas, y Urano seguirá en Aries, haciendo lío con todo lo que se refiere a nuestro sentido de uno mismo, de identidad, individualidad, de espacio. Por lo tanto, hay que pensar a futuro.
Muy pronto, Neptuno entra en Piscis, y hay mucha expectativa acerca de manifestaciones espirituales y religiosas, ya que la ultima vez que Neptuno paso por Piscis surgió el espiritismo de Allan Kardec, muy en boga hasta los días de hoy. Urano en Aries también puede funcionar en conjunto con Neptuno en Piscis en lo que se refiere a la activación, revisión, quiebra, cambios en cuestiones de espiritualidad y religiosidad. Podrá traer alguna nueva creencia, convertir ateos, promover el surgimiento de nuevas doctrinas, la caída de otras, pero seguramente hará a todos más apasionados por sus elecciones, que serán muy personales y particulares, sin dejarse llevar por la mayoría.
Algunas manifestaciones del planeta serán imposibles de evitar. Pero siempre las podremos amenizar si encaramos el periodo con cautela en lo que se refiere a las cuestiones que levanta el signo de Aries. En Astrología, se dice que la salida para Saturno es Urano, el planeta siguiente, el que libera  de las estructuras rígidas de Saturno. Pero también indica que para que nos podamos liberar tenemos que poder, primero, tener una estructura, porque no hay libertad real sin compromiso. Como alguna vez dijo Paulo Coelho (un autor que no es mi preferido), “ser libre no es no comprometerse con nada, sino elegir con que nos comprometemos y ser fiel a ello”. Por lo tanto, propondré que busquemos a Saturno en nuestra carta para manejarnos mejor con Urano. Démosle tiempo (Saturno) a los cambios. No los tomemos de una, dejamos que se estabilicen, que se instalen, que se asienten. Probablemente venimos posponiendo muchas cosas y ahora lo queremos resolver YA. Pero... si ya hemos esperado tanto tiempo, ¿nos matará esperar un tiempito más? Solo para revisar bien lo que queremos hacer. Tomémonos el tiempo de proyectar a futuro las consecuencias de nuestras decisiones hoy. No nos olvidemos nunca de nuestro compromiso con el otro (Saturno en Libra). No hay felicidad posible para uno en donde se genera infelicidad a los demás. Urano trae la mirada hacia uno mismo cuando pasa por Aries. No perdamos de vista a Saturno en Libra, el otro, las relaciones, los compromisos asumidos. Saturno siempre nos pasa factura. Y creo que podemos cambiar sin necesariamente endeudarnos demasiado ni recibir facturas muy altas...

sábado, 5 de março de 2011

Decir la verdad ¿o lo que el cliente quiere escuchar?


No soy el exactamente el tipo de Astróloga a quien los clientes quieren visitar. Mientras que algunos astrólogos son capaces de ver flores en cualquier tránsito en una carta natal, por lo general yo señalo todos los problemas y dificultades que los tránsitos pueden traer. Esto hace que algunas personas me busquen, justo porque soy así, mientras que otras huyen.


No es fácil ser este tipo de profesional. Este enfoque no es muy comercial. La mayoría de las personas no le gusta oír cosas no tan buenas, y a mí misma no me gusta ser portadora de malas noticias. Así fue que el otro día, por casualidad, encontré entre mis libros (comprados, guardados y nunca leídos) un tesoro escrito por Donna Cunningham con el que me identifiqué mucho. El libro, llamado "Plutón en tu carta astral", tiene un pasaje que dice:


"Me volví especialmente impaciente con lo que yo llamo 'Wonderbread Metaphysicians', los que han absorbido bastante del popular 'poder del pensamiento positivo' para decirles que no hay tránsitos malos, sólo desafíos y oportunidades para el crecimiento. Felicitaciones: estás en un tránsito de Plutón, y eso significa que esa parte de tu vida será absolutamente transformada. Esto me recuerda la historia del optimista, que va al infierno y está enterrado en estiércol hasta el cuello. Maravillado, se sumerge y nada. El pesimista lo interrumpe y le pregunta por qué está tan feliz, y el optimista le responde: 'Con todo este estiércol, debe haber un pony en algún lugar'."


El cliente que recibe una lectura que sólo destaca los aspectos interesantes de la transformación de un tránsito de Plutón puede acabar pensando que está haciendo algo totalmente equivocado, porque cómo se siente no coincide con la experiencia positiva y orientada al crecimiento que el astrólogo dijo que el tendría. Y Donna sigue: "Los 'wonderbread metaphysicians' no te dice que, a veces, durante un tránsito de Plutón, puede parecer que te están haciendo un transplante de médula ósea sin anestesia. Ellos no mencionan que es probable que te obsesiones con gente y acontecimientos del pasado en que te gustaría nunca volver a pensar. Que te podes sorprender llorando por alguien que te abandonó hace diez años y enojado con lo que tu primer jefe te hizo hace décadas. Ellos no dicen que te podes terminar distanciando de las personas que más queres, porque ellas no entienden cómo no podes dejar atrás esas cosas que no tienen relevancia para tu presente. Puede haber un pony en alguna parte, pero durante un tránsito de Plutón tendremos que remover capas y capas de estiércol para llegar a él".


Donde leemos la palabra Plutón podríamos poner Neptuno, Urano, Saturno o cualquier otro planeta cuyo transito es notoriamente difícil. Ella menciona a Plutón porque de eso se trata su libro. Plutón suele ser el que más dolor causa, y también el que con más intensidad transforma. Con Urano, en general, no hay un sentimiento de pérdida: se abandona, se renuncia, ya no queremos aquella situación, así, nos vamos, nos cansamos, sin culpa, lástima ni piedad. Neptuno es una ilusión, una fascinación, y el dolor llega al final del tránsito, cuando Neptuno nos desilusiona acerca de todo lo que nos ha ilusionado, cuando la realidad se muestra tal cual es. Con Saturno, tenemos un sentimiento de  lentitud y dificultad de las cuales no se puede escapar, que debemos atravesar, enfrentar.


Es con Plutón que la cosa ya llega siendo puesta abajo, que ya arranca doliendo tremendamente! Sentimos que nos están quitando un miembro del cuerpo sin anestesia, sin que nos pidan permiso, y no sé si hay maneras de evitar este sentimiento. Incluso si estamos en sintonía con la energía del planeta, al principio siempre duele, y mucho: es arrancar el mal por la raíz. ¿Queres renunciar para no perder? ¡Renuncia! Te va a doler igual. Con Plutón no hay mucha negociación, la cosa funciona en sus términos y de nadie más. Creo que por eso la autora dedica un libro entero a Plutón. Yo también se lo dedicaría. ¿Quién sabe aún no lo hago?


Ella sigue haciendo una interesante diferencia entre transformación y cambio. Ella dice que el cambio es unidimensional, se cambia la forma nomás, por ejemplo, golpear una roca con un martillo y romperla. Transformación sería un cambio de dos dimensiones, se cambia la sustancia: transformar una roca muerta en una flor viva. Y dice que Plutón es un tránsito de transformación, que marca períodos de vida o muerte, cuando decimos "nunca más" a patrones profundamente destructivos de comportamiento que nos ha dañado toda la vida. Cuando decidimos renunciar a las penas a las cuales nos hemos aferrado durante tanto tiempo, cuando decidimos transformar, estamos en un tránsito de Plutón.


La autora dice, como menciono en mi texto "127 Horas y la capacidad de resistir," que cuando llegamos a un punto de desesperación total, cuando creemos que no podemos hacer nada más acerca de una situación, que ella está completamente fuera de nuestro control y se necesitaría un milagro para resolverla, cuando nos admitimos impotentes, algo cambia, algo pasa. Ella dice que existe algo en el estado de derrota total que estimula el pensamiento, que nos ayuda a superarla.


Y hablando de todo el dolor que se vive en los tránsitos de Plutón, ella dice que el dolor está relacionado con nuestras resistencias a cambiar lo que hay que cambiar internamente, a abandonar viejos patrones. Me pregunto si no pasa lo mismo con todos los tránsitos que vivimos. Siempre le digo al cliente que es suya la responsabilidad por su carta, lo que me hace, otra vez, una astróloga poco "popular". Nada que dice la carta está predeterminado, porque no creo en destino, creo en elecciones. Y aun cuando no podemos cambiar los acontecimientos externos, podemos cambiar la manera de lidiar con ellos. Luego, en última instancia, el mapa es nuestra responsabilidad, y los acontecimientos allí indicados también. Siempre hay una manera alternativa de vivir un tránsito, siempre hay otra opción para el uso de una energía antes que ella "nos use a nosotros". Y cuando uno no las usa, y se niega a vivir los cambios que piden el paso de aquel planeta por el punto o área de nuestra carta, entonces duele. Las cosas cambian en el exterior, contra nuestra voluntad, y no queremos que ellas cambien. Duele. La verdad se nos muestra, y no queremos ver las cosas de esa manera. Duele. Todo tránsito, en mi opinión, tiene un "qué" de revelación, y creo que es cuando tenemos la capacidad de lidiar con él de otra manera que maduramos. Luego, lo que todo tránsito nos pide, en definitiva, es que crezcamos. Y crecer siempre duele...

Dizer a verdade, ou o que o cliente quer ouvir?

Sou o tipo de Astróloga que não necessariamente todo mundo gosta de visitar. Enquanto alguns astrólogos conseguem ver flores em qualquer transito em um mapa natal, eu geralmente indico todos os problemas e dificuldades que aquele transito pode trazer. Isso faz com que algumas pessoas me procurem justo por eu ser assim, enquanto outras, fogem.
Não é fácil ser esse tipo de profissional. Essa não é uma postura muito comercial. A maioria das pessoas não gosta de ouvir coisas não tão boas, e eu mesma não gosto de ser portadora de más notícias. Então, casualmente, outro dia encontrei entre meus livros (comprados, guardados e nunca lidos) um tesouro escrito por Donna Cunningham com o qual me identifiquei muito. O livro, chamado “Plutão no seu mapa astrológico”, tem um trecho que diz: 
“Eu me tornei particularmente impaciente com o que chamo de Wonderbread Metaphysicians, aqueles que absorveram o suficiente do ‘Poder do Pensamento Positivo’ popular para dizer-lhe que não existem trânsitos maus, apenas desafios e oportunidades para o crescimento. Congratulações: você está tendo um transito de Plutão, e isso significa que vai ter essa parte da sua vida totalmente transformada. Essa abordagem me traz à lembrança a história do otimista que vai para o inferno e é enterrado com esterco até o pescoço. Maravilhado, ele mergulha e sai nadando. O pessimista o interrompe e pergunta porque ele está tão feliz, e o otimista responde: ‘Com todo esse esterco, tem de haver um pônei em algum lugar’."
O cliente que recebe uma leitura apenas ressaltando os aspectos animadores de transformação de um transito de Plutão poderá terminar achando que está fazendo algo totalmente errado, porque a maneira como está se sentindo não combina com a experiência positiva e orientada para o crescimento que o astrólogo disse que ele ia ter. E Donna continua: "Os ‘wonderbread metaphysicians’ não lhe contam que, às vezes, durante aquele transito de Plutão, poderá parecer que você está passando por um transplante de medula sem anestesia. Eles não mencionam que você, provavelmente, irá ficar obcecado com pessoas e acontecimentos do passado nos quais gostaria de nunca ter de pensar novamente. Você poderá se surpreender chorando por alguém que o abandonou dez anos atras, e enraivecido com o que seu primeiro patrão lhe fez a décadas. Eles não dizem que você poderá terminar distanciado daqueles que mais ama, porque não entendem a razão pela qual você não pode deixar para trás essas coisas que eles sentem não ter qualquer relevância para o presente. Poderá haver um pônei em algum lugar, mas durante um transito de Plutão você terá de remover camadas e mais camadas de esterco para chegar até ele.”
Onde se lê a palavra Plutão poderíamos colocar Netuno, Urano, Saturno ou qualquer outro planeta cujos trânsitos são conhecidamente difíceis. Só que ela menciona Plutão porque dele se trata o livro. Plutão costuma ser o que mais dor causa, e também o que mais intensamente transforma. Com Urano, em geral não há uma sensação de perda: há uma sensação de abandono, renúncia, a gente não quer mais aquilo, então cai fora, abre mão. A gente cansa, sem culpa, dó nem piedade. Com Netuno há uma ilusão, um enamoramento, e a dor do transito chega no final, quando ele nos desilusiona a respeito de tudo aquilo que nos iludiu, quando a realidade nos é mostrada. Com Saturno, temos uma sensação de lentidão e de dificuldade da qual não dá para escapar, a qual temos que atravessar, enfrentar e viver. 
É com Plutão que a coisa chega sendo colocada abaixo, e que já começa doendo para caramba! Temos a sensação de que estão nos arrancando um órgão sem anestesia, sem que nos peçam licença, e não sei se há maneira de amenizar esse sentimento. Por mais que nos afinemos à energia do planeta, no início sempre dói, e muito: ele tá arrancando o mal pela raiz. Quer renunciar, para não perder? Renuncie. Vai doer do mesmo jeito. Com Plutão não tem muita negociação: a coisa vai funcionar nos termos dele e de mais ninguém. Acho que por isso a autora dedicou um livro inteiro a Plutão. Eu também o faria. Quem sabe ainda não o farei?
Ela continua seu texto fazendo uma interessante diferença entre transformação e mudança. Ela diz que mudança é uma alteração unidimensional, alteração de forma apenas; digamos, bater numa rocha com um martelo e quebrá-la. Transformação seria uma alteração bidimensional, alteração da substancia: transformar uma rocha sem vida numa flor viva. E diz que Plutão é um transito de transformação, que marca períodos de fazer ou morrer, quando dizemos “nunca mais” para padrões de comportamento profundamente destrutivos, que nos prejudicaram toda a nossa vida. Quando decidimos renunciar à aquelas dores às quais temos nos agarrado a muito tempo, quando decidimos transformar, estamos em um transito de Plutão.
A autora diz, como eu menciono no meu texto “127 Horas e a capacidade para resistir”, que quando chegamos ao ponto de desespero total, quando acreditamos que não podemos fazer nada mais a respeito de uma situação porque aquilo está totalmente fora do nosso controle, e que seria necessário um milagre para resolver a situação, quando nos admitimos impotentes em relação a algo, algo muda, algo acontece. Ela diz que existe algo no estado de derrota total que estimula o pensamento, que nos ajuda a passar por ele.
E ao falar da dor terrível que se vive em trânsitos de Plutão, ela diz que a dor se relaciona com as nossas resistências em mudar aquilo que internamente precisa ser mudado, em abandonar aqueles velhos padrões. Me pergunto se não seria assim com todos os trânsitos que vivemos. Sempre trago para a pessoa a responsabilidade do mapa, o que me torna, outra vez, uma astróloga pouco “popular”. Nada que o mapa diz está predeterminado, porque não acredito em destino, acredito em escolhas. E mesmo quando não podemos mudar os eventos externos, podemos mudar a maneira como lidamos com ele. Então, em ultima instancia, o mapa é nossa responsabilidade, e os eventos ali assinalados também. Sempre existe uma maneira alternativa de viver um transito, uma outra opção para usar a energia antes que ela “use você”. E quando a gente não as usa, e se recusa a viver as mudanças que pede a passagem daquele planeta por um planeta ou área do nosso mapa, então, dói. As coisas mudam do lado de fora, contra a nossa vontade, e a gente não quer elas mudem. Dói. A verdade nos é mostrada, e a gente não quer ver as coisas daquela maneira. Dói. Todo transito, na minha opinião, tem um “que” de revelação, e é quando temos a capacidade de lidar com aquilo de outra maneira que considero que amadurecemos. Então, todo transito pede da gente, em ultima instancia, que cresçamos. E crescer sempre dói...